Introdução
Pense na possibilidade de perder o emprego de um dia para o outro e se vê sem ter de onde tirar uma renda. Só de imaginar já dá calafrios! Para quem vive no mundo capitalista ter renda se torna quase que uma questão de sobrevivência, e, a possibilidade de ficar sem ela é motivo de muita preocupação.
A preocupação acontece por se manter pensando em algo que ainda não aconteceu. E, por ainda não ter acontecido é considerada uma pré-ocupação!
Uma pré-ocupação que se mantém frequente nos pensamentos é um dos principais caminhos para a instalação da ansiedade.
Apesar de ser própria da espécie humana a ansiedade tem um lado positivo e outro negativo.
É considerada positiva quando se trata de sobrevivência. Usando nosso exemplo, o possível desempregado essa situação pode servir como impulso para procurar por oportunidades e planos alternativos que ofereçam novas possibilidades de renda. Assim, se empenha em trilhar outros caminhos que o farão se sentir mais seguro em ter uma renda para sobreviver e o tira dessa preocupação.
Já, analisando a ansiedade sob a perspectiva negativa, o ansioso acaba se mantendo constantemente preocupado, e sofre com as perturbações causadas pela incerteza. Com o passar do tempo a persistência desses pensamentos vai causando sofrimento e desgaste emocional.
O caminho que vai seguir depende de como o ansioso vai se posicionar diante disso.
A situação é muito parecida quando alguém se vê diante de uma onça: logo vem o medo e a ansiedade; e, é preciso tomar uma decisão rápida se foge ou não. É justamente nessa apreensão extrema será necessário decidir sobre uma coisa ou outra.
Incerteza
Tanto em um caso como em outro a incerteza está a todo momento rondando os pensamentos. Quando se está diante da incerteza se a onça vai te pegar se você correr ou se ficar imóvel ela pode ir embora, é um momento atemorizante, e a decisão precisa ser tomada rapidamente e, assim, essa situação não demora muito para terminar.
Mas quando se fala da incerteza de ser despedido ou não do emprego a situação pode se estender por longos meses ou anos e esse é o grande problema. Viver longos períodos em estado de incerteza com o que pode acontecer no futuro gera muito desgaste emocional e esse pode ser o gatilho para gerar ansiedade.
Excesso de Estímulos
A preocupação com a perda de emprego pode se estender por muito tempo isso porque muitos são os fatores que podem influenciar para a permanência nessa situação.
As causas podem ser por conta de fatores externos onde não se tem controle como: a situação financeira da empresa que trabalha, o aparecimento de uma pandemia e a economia do país. Ou, por fatores onde pode se ter algum controle da situação como: necessidade de estar atualizado com as mais recentes tecnologias, cobranças para ter raciocínio rápido, resolver problemas instantaneamente e cumprir toda uma agenda cheia de compromissos diários.
Por mais que se tente manter um controle os estímulos na mente são muitos e, na maioria dos casos, trazem um estado constante de atenção. O pior é que essa quantidade de coisas é tão comum que muitas vezes acaba desapercebido com a quantidade de tarefas que precisa desenvolver durante o dia. E quando perceber já está doente.
Os pensamentos são constantes e não param de fervilhar na mente. É um constante o estado de alerta mental.
Todos esses fatores excitatórios são detectados pelo psicológico. Nestas circunstâncias a ansiedade já se tornou um transtorno carregando consigo não somente desconforto e sofrimento, mas também a redução do rendimento emocional e cognitivo.
E, o psicológico sobrecarregado precisa eliminar de alguma maneira essa pressão e transfere para o corpo informações que somatizam em forma de insônia, sensações de falta de ar, sudorese, aceleração dos batimentos cardíacos.
Esse é o aviso: algo está errado!
Enquanto os pensamentos estão ocupados com os deveres e preocupações da perda do emprego o corpo vai mostrando o excesso de estímulos que vem sofrendo.
Caso o ansioso não der bola e continuar seguindo a vida o corpo pode intensificar os sinais e os sintomas aparecerem de forma mais intenso mostrando que há necessidade de atenção.
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Mas qual a solução?
É hora de observa! Perceber o que está em excesso. Conhecer o que precisa ser feito agora e o que pode ser deixado para depois.
Perceber que a ansiedade está sendo gerada por uma incerteza do que pode acontecer no futuro é um grande passo para conseguir lidar melhor com esse mal estar.
Acredito que quando conseguimos ver que temos alguma perspectiva no futuro mudamos o foco da angústia de não ter para onde ir para uma perspectiva de se ter algo no futuro que pode começar a ser criado agora e, assim, o nível de ansiedade tende a baixar.
Não se tem certeza do que pode acontecer no futuro e o melhor que se pode fazer em momentos ansiosos é aprender a lidar da melhor forma com a situação.
