Todos sabemos o quanto que as redes sociais conquistaram um papel de grande utilidade nos aspectos social, de negócios e até mesmo de informação. Isso é uma realidade e não há como negar seus benefícios.
Sabemos, inclusive, que é útil ao facilitar que as pessoas se expressem através de suas publicações expondo suas ideias e mostrado os aspectos de sua personalidade. Este é um diferencial que as mídias sociais são inegavelmente positivas quando comparadas com o contato face a face, onde nem sempre é possível ter essa possibilidade.
Um outro caso que evidencia esse lado positivo foi o #metoo, que abriu espaço para mulheres do mundo todo a ter coragem de expor seus medos e traumas após o caso de assédio que estourou em Hollywood.
Portanto, podemos elencar várias situações onde as redes sociais trouxeram benefícios a muitos. No entanto, o que quero destacar nesse artigo é o quanto que o lado negativo é importante e pode levar a situações bem delicadas à saúde emocional e especialmente à autoestima.
Em busca da Validação da Outra Pessoa
Certamente você já sentiu feliz por receber curtidas e comentários depois de postar no Instagram ou Facebook. Ou se sentiu ansioso e inseguro da baixa quantidade de curtidas e comentários do seu post. É normal sentir-se feliz ao ver as reações positivas da sua publicação, o que mexe com a autoestima e te faz se sentir bem. Por outro lado, não ter a opinião dos outros também tem o poder de mexer com a autoestima e diminui-la.
É nesse movimento de curtidas e falta dela que você pode perceber o quanto está considerando a validação da outra pessoa e a sua própria. Essa percepção é crucial para compreender como esse ciclo pode afetar a forma como valorizamos a nós mesmos. Curtidas e comentários são sinais de aprovação, o que implica em dar mais valor a opinião das outras pessoas do que à sua! Agindo dessa maneira, você acaba por permitir que sua autoestima seja determinada por outras pessoas, o que é uma forma de abalar a autoconfiança e se sentir menos adequado. Sua opinião sobre você é muito mais valiosa e considera-la só ajudará em sua autoestima.
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Decepção com você mesmo
Fotos de férias, roupas fofas, casais felizes e eventos legais… as pessoas geralmente optam por postar momentos de felicidade e sucesso, construindo feeds que documentam bons momentos. Além disso recursos de filtro e edição aprimoram as imagens ainda mais e deixando aquela sensação de perfeição… que tudo é lindo na vida do outro.
Quando todos parecem estar se divertindo acaba por criar em sua mente padrões irreais do cotidiano da vida, pois, a verdade é que a maioria das pessoas não vive o tempo todo da maneira que mostra em seus posts. Embora você tenha consciência que tudo isso não é a realidade sua mente acaba sendo impactada com tantas coisas boas que vê, e, quando menos percebe, está desejando viver coisas semelhantes e se perguntando “Por que só eu que não consigo isso…”
Essas suposições sobre a vida de outras pessoas causam depressão, ansiedade e baixa autoestima.
A menos que você seja muito rico, viver esse mundo lindo será bem difícil. Certamente, esse desejo vai fazer você acabar se frustrando e se sentindo inferior e diminuído, e como resultado, terá sua autoestima abalada.
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Se comparando nas Redes Sociais...
É claro que preferimos mostrar uma foto sorridente cercada por um grupo de amigos, em vez daquela em que choramos sozinhos. Mas quando somos constantemente alimentados com fotos de pessoas no seu melhor, corremos o risco de comparação.
Os sites de redes sociais levam muitas pessoas a fazer autoavaliações e comparações de beleza, classe social, papel social, popularidade, acumulação de riqueza…
À medida que as pessoas passam mais tempo, por exemplo no Facebook, elas visitam os perfis de outras pessoas e começam a acreditar que algumas pessoas são superiores ou melhores que elas… pronto! Aí começam as comparações.
Tipos de Comparações
Existem dois tipos de comparações onde a pessoa alterna entre se sentir superior ou inferior à outra. Esses casos pode desencadear:
– sentimentos de admiração que a inspira a tomar atitudes e ter comportamento semelhantes;
– pode também despertar um sentimento de superioridade e até narcisismo quando acredita que o outro é inferior;
– e, por outro lado, quando se sente inferior a algumas pessoas manifesta avaliações negativas de si mesmo.
A comparação faz crescer o sofrimento psicológico quando faz a pessoa se sentir inferior e menos privilegiada.
Uma pesquisa realizada com 150 jovens observou repercussões negativas na autoestima de usuários do Facebook. Os resultados mostraram que aproximadamente 88% das pessoas se envolvem em comparações no Facebook e, quase todos fazem comparações com pessoas que considera superior a elas, o que faz se sentir inferior e acabam por fazer avaliações negativas de si, afetando negativamente a autoestima.
Além disso, as pessoas que geralmente lutam com baixa autoestima podem sentir que ver os outros vivendo suas melhores vidas é a confirmação de que a delas realmente está muito ruim e não tem jeito. Isso pode acontecer mesmo que, de alguma maneira, esteja evoluindo e tendo vitórias em sua vida.
Diminui a Habilidade de Comunicação Pessoal
Postagens e atualizações frequentes em sites de mídia social podem fazer com que você sinta que se conectou com outras pessoas, embora virtualmente. Embora ela exista, a comunicação online é totalmente diferente das conversas reais e presenciais. O tom da voz, a linguagem corporal e a presença física de uma pessoa não são comuns no meio digital, pelo menos até que o metaverso se popularize… Conexões e vínculos feitos quando você olha alguém nos olhos é diferente. Não ter a oportunidade de se conectar com as pessoas pessoalmente diminui a chance de praticar as habilidades sociais necessárias para o sucesso na vida.
Saiba Tudo Sobre Autoestima
Desenvolvendo o Narcisismo
Um estímulo que acaba sendo desenvolvido com as publicações e os consequentes comentários dos amigos acaba promovendo comportamento narcisista.
Concluindo
As redes sociais possibilitam que o sentimento de comparação e inferioridade apareça com constância. E esse é um dos principais fatores que torna a rede social um caminho que abre portas para intensificar o sentimento de inferioridade, emoções negativas, culpa e orgulho que acaba abalando e reduzindo a autoestima.
Além disso, pesquisas mostram que quanto mais tempo as pessoas passam nas redes sociais, mais se comparam, tendem a fazer autoavaliações negativas, tem seu bem estar diminuído e elevação da ansiedade social.
Portanto, embora se comparar seja da natureza humana, concentre-se em suas próprias realizações. Há muito de si mesmo para se orgulhar e muito sucesso para alcançar!
Referências
Impact of Social Media on Self-Esteem – European Scientific Journal
Online Social Networking and Mental Health – Igor Pantic, MD, PhD – Cyberpsychol Behav Soc Netw. 2014 Oct 1; 17(10): 652–657.
Branden, Nathaniel – Autoestima – Como aprender a gostar mais de si mesmo.
