Por que o Isolamento pode Afetar Sua Saúde Mental?

Famílias isoladas por conta da pandemia

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Famílias isoladas por conta da pandemia

Durante as últimas maiores pandemias, Gripe Espanhola, Aviária, SARS e H1N1 houve um aumento considerável nos casos de transtorno mental. Um artigo publicado pela East Asian Arch Psychiatry, mostrou que um acompanhamento por quatro anos dos sobreviventes da SARS em Hong Kong, mostrou que 42,5% desenvolveram algum tipo de distúrbio na saúde mental.

Assim como as pandemias anteriores, o coronavírus também pode colocar em risco a saúde das emoções. Porém, quero apresentar, de forma prática, como esses riscos surgem no dia a dia, dentro da própria casa.

É claro que nem todos estão na situação que vou apresentar. No consultório, por exemplo, acompanho casos de pessoas que estão conseguindo lidar muito bem com o isolamento, e tem tido evolução bastante significativa em diferentes áreas de suas vidas.

Porém, muitas estão sofrendo e outras ainda apresentarão algum desconforto em suas emoções durante a pandemia e após o fim de toda essa fase de isolamento. E é para essas pessoas que quero falar.

O propósito aqui é mostrar como ações rotineiras entram na sua vida e, muitas vezes sem perceber. Quero que você compreenda algumas causas que podem gerar prejuízo à saúde de sua mente.

#Fiqueemcasa

 

Figura e desenho de casinha brnca com telhado vermelho em gramado verde
Com o “decreto” do #fiqueemcasa, a rotina mudou completamente, e as atividades diárias de levantar cedo, pegar trânsito, estresse no trabalho, cursos e academias foram praticamente extintas da noite para o dia de grande parte da população.

Inicialmente, para muitos foi uma alegria: “Ôba, vou ficar em casa por uns dias!”. Porém, o tempo foi passando, e após um grande período de isolamento a alegria já não é mais a mesma, e a coisa começa a mudar de figura: o que era bom se tornou cansativo, enfadonho e preocupante.

A convivência 24 horas com o parceiro, filhos ou pais passa a gerar conflitos que não existiam, ou, nos casos que já existiam, a tendência é de piora. Discórdias e tensões passam a ser mais frequentes na convivência diária.

Enquanto havia a esperança de que tudo passaria rápido, e a rotina logo voltaria ao normal, era mais fácil lidar com os conflitos que iam aparecendo. Mas à medida que o tempo foi passando, e o isolamento se prologando, as confusões dentro de casa foram aumentando.

Desenho de uma famíliaÉ claro que o amor à família é um fato, mas a convivência 24h x 7 dias da semana tende a gerar um desgaste emocional em grande parte dos indivíduos.

Crises e discussões são praticamente inevitáveis nestas condições.

Então vem a pergunta: quando a quarentena vai acabar? Até quando vai essa situação?

São perguntas sem respostas…

A falta de liberdade cria um sentimento de restrição e algo parecido como um castigo: “Sou obrigado a ficar em casa!” A flexibilização parcial da quarentena já é um grande passo para a saúde mental. Veja bem, não estou dizendo que isso é bom ou ruim, aqui a avaliação se restringe apenas aos impactos à saúde das emoções. Quando se tem ao menos a expectativa de um prazo, mesmo que distante, se vê uma luz no fim do túnel, e traz mais tranquilidade, mas a falta de perspectiva traz o sentimento de desesperança e uma grande angústia.

As mortes continuam acontecendo e fica cada vez mais frequente ver alguém próximo ser infectado e, muitas das vezes, não dando conta de vencer o vírus.

E se eu ou alguém de minha família for infectado? Será que teremos auxílio médico e hospitalar adequado uma vez que tem tanta gente precisando de ajuda? É uma preocupação que surge na cabeça de todos. Uma sensação de insegurança e desamparo. Sem ter para onde correr.

E, por outro lado, o receio de perder o emprego vai aumentando à medida que a economia não está bem e tende a demorar a retomada. E junto dela a incerteza da possibilidade de continuar honrando as contas.

A angústia também bate na porta de quem tem seu próprio negócio quando percebe seu faturamento caindo enquanto as contas vão chegando a cada mês. Será que vou conseguir sustentar meu quadro de funcionários?

O medo e a constante preocupação acaba se intensificando.

É muito preocupante! O medo e a insegurança estão presentes a todo momento. São muitos sentimentos intensos vividos ao mesmo tempo. Desde que pandemia começou o estado de alerta aumentou nas mais variadas situações, crescendo a possibilidade de desenvolver ansiedade.

Além de ser prejudicial para o organismo, por viver uma constante tensão, a saúde mental também é prejudicada com todos os sentimentos que mencionamos até aqui de insegurança, medo, preocupação e desamparo que incitam o desenvolvimento de ansiedade, depressão e estresse pós traumático.

Todo isso leva a uma sensação de não haver luz no fim do túnel, o que é bastante desesperançoso, tornando a pessoa um candidato a desenvolver uma depressão.

Veja aqui tudo sobre Saúde Emocional

Mas o que fazer para melhorar?

Sabemos que a situação não é fácil para ninguém, mas é possível começar a tomar algumas iniciativas para ajudar a passar melhor por este momento.

Começar a dividir os problemas entre o que você pode e o que você não pode mudar é o primeiro passo.

Conversar com os de casa para entender os maiores conflitos é uma maneira de compreender onde pode estar o problema, e desta forma buscar soluções que deixem todos mais confortáveis. Isso está ao nosso alcance!

Quando a pandemia vai acabar não está sob nosso gerenciamento, mas está sob nossa responsabilidade manter todas as orientações para evitar a contaminação pessoal e disseminação.

Apesar de muitos já conhecerem esses procedimentos achei que valeria compartilhar com vocês esse vídeo abaixo, desenvolvido pela USP, que mostra de forma animada, as melhores práticas de higienização dos alimentos que levamos para dentro de casa e assim, evitar a disseminação.

O medo de perder o emprego é real, e não pode ser mudado, mas existem atitudes que podemos fazer pra tornar essa quarentena mais agradável.

Comece fazendo algo que curte bastante, aquele hobby que sempre desejou, mas que nunca teve tempo para fazer, como por exemplo, começar a desenhar, fazer um curso de marcenaria e construir os móveis de sua casa, fazer aquele curso de cosmética on line, que sempre desejou ou ainda pensar em um plano B para aumentar a renda.

Essas são atitudes que estão ao seu alcance!

O mais importante no final é saber separar o que está e o que não está sob nosso controle. Tendo isso muito definido, podemos tomar as decisões em cima daquilo que está sob nosso controle para minimizar a situação e suas possíveis consequências.

À medida que consegue separar o que está ao seu alcance vai perceber que se sentirá mais confortável e com menos peso da responsabilidade.

Afinal não dá para carregar todos os problemas sozinhos.

Tentar controlar o que é incontrolável gera muita ansiedade, decepção e desgaste mental, uma vez que é necessária muita energia para processar tudo isso.

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