O que você evita está te controlando
Você já percebeu que o que te parece mais complicado de lidar é justamente as emoções difíceis que você tenta evitar? Pode ser uma tristeza, um medo ou uma insegurança que você finge que não existe.
Por fora parece tudo bem. Mas por dentro… algo continua apertando o peito. Sabe por que? Porque aquilo que você evita… continua te controlando.
A boa notícia é que existe um jeito diferente – e mais saudável – de lidar com o que você sente. É sobre isso que a gente vai conversar agora.
O que faz você lidar mal com suas emoções
Você lida mal com suas emoções quando:
Esconder o que sente
Finge que está tudo bem. Segue em frente como se nada estivesse acontecido. Mas, no fim, a emoção só foi deixada de lado, sem ser resolvida. Mais cedo ou mais tarde, ela reaparece. E, tendendo a ganhar mais força com o passar do tempo.
Ficar Remoendo
Pensa demais no que aconteceu. Repassa os erros, se culpa, se cobra. Isso consome sua energia, desgasta sua mente e te impede de seguir em frente.
Ambas as formas fazem mal. E o pior: te impedem de enxergar o que realmente está te machucando.
Emoções difíceis também são importantes
É normal querer se livrar de sentimentos ruins. Ninguém gosta de sentir tristeza, raiva, medo ou vergonha. Mas essas emoções difíceis de lidar não surgem por acaso. Funcionam como sinais que mostram que algo está acontecendo com você em precisa de atenção. Portanto, são alertas que indicam que alguma necessidade não está sendo atendida.
Por exemplo, digamos que você se perceba triste porque está havendo um distanciamento de seus amigos mais próximos. Essa tristeza não aparece a toa e pode estar sinalizando que essas amizades são importantes mas que algo nessa conexão não está bem. Em vez de ignorar esse sentimento, vale a pena parar, observar e tentar entender o que está acontecendo. A emoção está ali como um convite para refletir e, talvez, agir: mandar uma mensagem, marcar um encontro, abrir um diálogo.
Ou seja, até as emoções difíceis tem função importante. Tentar evitar ou fingir que não existe tende a agravar o problema. Mas, ouvir o que ela estão tentando dizer é se torna muito útil para aprender mais sobre como você funciona e, dessa forma, poder fazer escolhas mais conscientes.
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Encarar o que sente é o primeiro passo para mudar
Pode parecer um gesto muito pequeno, mas mudar alguma coisa na sua vida começa com algo bem simples : olhar de verdade para o que você está sentindo.
Isso significa parar de fugir, de fingir que está tudo bem ou de se ocupar o tempo todo para não pensar. É fazer uma pausa e se entender:
“Por que está doendo? Por que está tão difícil?
Parece muito simples não é? Mas quando você reconhece uma emoção e compreende o que está se passando, algo começa a mudar. Ela perde a força que tinha sobre você. Aos poucos, você começa a perceber de onde esse sentimento vem, por que ele apareceu e o que ele está tentando mostrar.
Esse momento de racionalização é transformador. É quando você deixa de ser levado pelas emoções no automático e começa a escolher o que fazer com elas. É quando tudo parece ter um peso muito menor.
E esse tipo de sensação nasce de algo simples, mas profundo: de observar..
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O poder da Observação
Sabe quando você está tomado pela raiva, frustração ou tristeza e parece impossível pensar com clareza? Justamente aí é que está a oportunidade de se afastar um pouco e observar o que está sentindo.
Esse distanciamento traz perspectiva.
Você percebe que pensamentos e emoções são informações, não instruções. Eles indicam o que está acontecendo dentro de você, mas não precisam ser seguidos como ordens.
É nesse ponto que frases como “agora entendo por que isso me incomodava tanto” ou “essa dor tem uma raiz mais profunda” começam a fazer sentido.
É como abrir uma janela em um quarto escuro: com o tempo, a luz entra e você começa a enxergar caminhos que antes pareciam invisíveis.
Refletir sobre o que sente não é sinal de fraqueza. Mas o primeiro passo para sair do emaranhado emocional e ver as coisas com mais clareza e leveza.
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Aceitação não é fraqueza. É maturidade.
Muita gente confunde aceitar a si mesmo com o se acomodar. Como se fosse dizer: “Ah, eu sou assim mesmo, não tem mais o que fazer.” Mas não é bem assim.
Aceitar não é desistir de mudar. É simplesmente ter a coragem de reconhecer, com honestidade, como você está agora — com tudo o que tem de bom e também com o que ainda precisa melhorar. É como olhar no espelho e dizer:
“Essa é a minha realidade hoje. E é a partir daqui que eu posso melhorar.”
Quando você se aceita da forma como está hoje, para de gastar energia se culpando ou se criticando. E é aí que as mudanças começam a acontecer — com mais leveza, mais consciência e sem culpa.
Aceitar como você está hoje não é fraqueza.
É um sinal de força emocional.
Porque só consegue mudar de verdade quem tem coragem de se enxergar como realmente é — sem medo de ver a verdade, por pior que seja, sem se esconder, sem se julgar.
Seja mais gentil com você
Quando você começa a se aceitar de verdade — reconhecendo tanto suas qualidades quanto os pontos que ainda está aprendendo a desenvolver — um novo desafio aparece: como você se trata no dia a dia.
Mesmo após esse passo importante da aceitação, é comum continuar achando que precisa ser duro consigo mesmo para dar conta de tudo. Que só na base da cobrança, da crítica e da pressão é possível evoluir.
Mas… e se for justamente o contrário?
E se a gentileza com você mesmo for o que realmente te fortalece?
Tratar-se com gentileza é como ser um bom amigo de verdade — aquele que acolhe, escuta, entende os erros e oferece apoio sem julgamentos. É poder dizer para si:
“Tudo bem, eu errei. Estou aprendendo. E vou melhorar a partir de agora”
Quando você se trata assim, com mais compreensão, a mente se acalma, as emoções se equilibram, e você ganha mais energia para seguir em frente, mesmo nos dias difíceis.
Quem se acolhe com gentileza se recupera mais rápido das quedas. Continua tentando com mais confiança e menos culpa.
Você não precisa se maltratar para crescer. Pode fazer isso com respeito, leveza e compaixão por quem você é — exatamente como é agora.
E... Cuidado com a comparação
E nesse processo de se aceitar e se tratar com mais gentileza, surge mais um desafio comum: a comparação com os outros.
É fácil se perder nisso — principalmente nas redes sociais, onde você vê o melhor pedaço da vida de todo mundo, mas esquece que está vendo só a parte boa!
Quando você se compara o tempo todo, começa a duvidar do seu próprio valor. Acredita que está atrasado, que não fez o suficiente, que não é bom o bastante. Mas a verdade é que cada pessoa tem seu próprio caminho, seu tempo, seus altos e baixos.
Por isso, cuidar de si mesmo inclui aceitar quem você é, tratar-se com gentileza e também aprender a voltar o olhar para o seu próprio trajeto. Seu valor não está na comparação com os outros, mas no respeito ao seu ritmo, na celebração dos seus avanços — por menores que pareçam — e na confiança de que você está exatamente onde precisa estar para continuar crescendo e atingir seu objetivos.
O cuidado com o pensamento automático
Um outro ponto importante que precisa estar atento é sobre os pensamentos automáticos. Eles aparecem em situações como “Você não vai conseguir”. Eles ganham um tom negativo e de critica e pode ter um grande impacto em suas emoções e sentimentos. No entanto, esse tipo de pensamento automático também é um tipo de informação sobre você. Só porque esse pensamento apareceu, não quer dizer que ele seja verdade e que você deva segui-lo. Ele te dá pistas de que algo que está acontecendo em você.
Geralmente, esse tipo de pensamento é resultado de experiências do passado — críticas que você ouviu, pressões que aprendeu a colocar sobre si, medos antigos.
Mas você não precisa continuar levando esses pensamentos a sério. Você pode começar a mudar essa conversa interna.
Experimente falar consigo com mais respeito e apoio:
“Tá difícil, mas estou dando o meu melhor.”
Compreenda que mudar esse tipo de comportamento mental precisa de um tempo. É um processo a ser seguido. Pensamentos duros podem até surgir, mas você não precisa segui-los.
A Coragem de Encarar o que é Difícil
Fugir das emoções não faz com que elas desapareçam. Na verdade, elas continuam ali, guardadas dentro de você, esperando um momento para reaparecer — muitas vezes, de forma ainda mais intensa.
Olhar para aquilo que está doendo não é fácil. Enfrentar a própria dor exige coragem. E aprender com o que machuca também dói. Mas esse é um passo essencial no caminho para se reconectar com você mesmo.
Quando você começa a reconhecer o que sente — sem esconder — dá o primeiro passo para transformar a sua relação com as emoções. Aos poucos, deixa de ser controlado por ela e começa a entender o que está por trás de cada reação.
É aí que começa a mudança: você passa a ter mais clareza, mais autonomia e mais equilíbrio. E conquista algo muito valioso — a liberdade de viver com mais consciência. Essa liberdade vem da coragem de olhar para o que sente. Assim deixará de ser controlado por suas emoções e tomará o controle sobre você e o que está ao seu redor.